26 novembro 2006

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Hey G.B.

Desculpa o sumiço! Andei meio cheio de afazeres! Sites e mais sites na minha vida. Mesmo insistindo, como você bem sabe, que meus dotes artísticos-programacionais são demasiado minguados.

Fiquei puto! Terminei de ler "Ensaio sobre a lucidez". Aquele Saramago é um viado, fica fazendo a gente acreditar que tudo vai ficar bem (eu e minha Síndrome de Voltaire), aí, no final, vem um baitola de gravata azul com bolinhas brancas (brancas?) e fode tudo. Não sei o que é pior, o final de Ensaios ou de Infiltrados, que é o mais novo filme de Scorsese. Mas lá no filme, pelo menos é um monte de gente que se fode junto! Mas assim, o livro é realmente muito bom. E acho que essa história do final é o que a sacada da lucidez. Afinal só uma pessoa maluca como eu acharia que tudo ia acabar bem. Aquela cidade era muito perfeita pra existir e funcionar eternamente!

O sono e o juízo me faltam, apesar da necessidade imediata de ambos. O sono, pelas últimas noites em claro, ou pelo menos em penumbra, se o posso dizer pelas poucas horas que dormi, e o juízo pela falta real do mesmo na minha vida. Eu preciso de mais juízo e menos pacionalidade. Você sabe que não sei pensar muito bem com a cabeça (por favor, sem aquelas piadas ridículas e de mal gosto). Dormi de novo da beira da cama. Não quero isso! Sei que talvez um por favor possa ajudar, mas não consigo. Tenho um bloqueio quando tenho que reclamar a parte de me cabe no latifundio da vida. Mas talvez eu seria uma pessoa meio insuportável se fosse de outra forma. Efim, são assuntos pra se parlá pessoalmente.

Manda notícias safada! Vou! Aquele!

P.S. Sai no jornal. Pense num rapaz bonito (HEHEHE). Devo estar numa história do Saramago, Ensaio sobre a locura! Todo mundo fica doido! ieeei!
P.S.2 Não consigo me livrar do vício do ponto de exclamação!

03 novembro 2006

Do canto azul da minha sala

Do canto azul da minha sala, posso ver as colheitadeiras derrubando os pés de felicidade. E ao facão, meus fantasmas terminam o serviço porco. Porco que dá o carne por comida, ingênuo e alienado, esperando a dia ceia. Como nós, que corremos aos trancos, prantos e barrancos, atrás de um pedaço de papel, ou bits a mais.

Do canto azul da minha sala, posso ver o corpo, que um dia foi vivo, hoje, morto. Um corpo que tinha alma, uma coisa que dizem nos definir, que dizem nos essenciar, mas na verdade serve apenas pra nos negar no memento de fé. Fé que move montanhas, carros, prédios, guerras e putas.

Seja o que for, será. Seja eu querendo, não querendo ou indiferindo. Agora, quero pedir licença. Vou voltar pro canto azul da minha sala.