26 outubro 2007

estupidez danada



GB,

Algo me diz que o mundo vai desabar, logo, logo. Fico pensando na angústia que cairá sobre mim quando isso ocorrer. Parte da culpa vai ser minha, parte não, assim como são todas as coisas. Mas isso se deve ao fato da estupidez humana, particularmente à minha, que dia sim, dia não, acontece de acontecer. De fato, ela é presença constante e irritável, me fazendo de bobo em vários momentos. De casar, a ser um escritor realizado, ou permitindo falar coisas estúpidas, em tudo a danada tá metida. Uma dia ela me acaba.
Juro que queria ter algo legal pra falar, mas acho que vou ter que deixar pra depois. Não me espere percorrer meia cidade pra dizer que te amo. Já fiz uma vez e não deu certo.

P.S. Caso demore a mandar notícias, é por causa da falta de absurdo.

25 outubro 2007

colossos

Sou um estagiário solto na era da prosopopeia. Onde colossos de bronze carregam bibliotecas de Alexandria nas costas, como mochilas. Estampando na cara, todo o brilho do saber. E eu, com o meu papiro de meio palmo, vou correndo atrás, por mais que o que eu queria mesmo é ficar olhando o mar e jogar pedrinhas na lua, utilizando apenas os dedos dos pés, é claro.

D. SEBASTIÃO - Rei de Portugal

(imagem via yashlabs)

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Fernando Pessoa


para o Bruno.

14 outubro 2007

lagarta-pintada

Me dissetam uma vez que o homem gosta de sofrimento. Uma afirmação absurda, mas que toma forma em toda rodinha em volta de uma briga, ou no burburinho de acidentes de trânsito, ou mesmo quando se está no quarto fechado chorando a própria infelicidade. Um ato sado-masoquista que irrompe do próprio instinto. Talvez seja, somente, pura merda, mas certas vezes tenho que adimitir que penso ser isso a mais pura verdade. Às vezes me pego beliscando meu prórpio dedo, num jogo de lagarta-pintada distorcido, criando fantasmas para meu próprio terror. De nada vale a agônia. Ela não será capaz de apagar os traços dos meus medos, apenas de fortalece-los e tornar-me fraco. O problema é que nunca aprendo.

08 outubro 2007

01 outubro 2007

vovô




por caco galhardo.