27 dezembro 2007

ai, ai, que sono.

1
É nessas horas, de puro desmantelo mental, de sono brabo, que queria ter um botão pra apertar e viajar direto pra uma rede, debaixo da sombra de coqueiros, em uma praia bonita (porque, segundo a dadylla 'super linda' é gay) e deserta.

2
Falta pouco pras coisas novas. Espero que elas sejam boas também.

3
Planilha de gastos já. Fico realmente assustado como o dinheiro some.

24 dezembro 2007

Papai noel não existe.

Lembro bem daquele natal. A manhã começou clara, iluminada, acordei cedo já na expectativa de que um velhinho desconhecido, e enormemente bondoso por passar em tantas casas do mundo todo, tivesse trazido o tão aguardado presente. Não estava no meu quarto. Olhei debaixo da cama, dentro do armário, nos compartimentos superiores do guarda-roupa, não estava em canto nenhum. Fui tristonho procurar no resto da casa. Nada. Desolado, fui ao quarto dos meus pais contar a má notícia. Vi que minha mãe estava sonolenta, deitada, porém já acordada. Já com lágrimas nos olhos pronunciei as primeiras palavras daquela triste frase "Ele não...". Estava lá, no cantinho, perto do guarda-roupa deles. Abri tão rápido que pareceu ser um daqueles embrulhos malfeitos. Lembro bastante daquele felicidade momentânea. Naquele dia saímos para almoçar na minha avó, onde sempre há aquele lado religioso e mais de direito ao nome Natal do que qualquer coisa. Foi um dia muito bonito.

No ano seguinte, descobri que aquele estória toda de Papai Noel era balela. Numa conversa casual, com os meus próprios pais. Não lembro de ter ficado triste, ou chateado. O que me ocorreu foi uma enorme sensação de clareza e lucidez. Finalmente as coisas faziam o devido sentido. Eles ainda fizeram a brincadeira naquele ano, mas foi a última vez. Já entendia que aquela coisa toda era uma artifício muito bem criado para estimular as vendas do comércio, ou criar álibis para presentes menos satisfatórios (devido ao mal comportamento).

Depois daquele ano, sempre idealizei mais natais como aquele. Entretanto, sempre me frustrei pelo fato de não conseguir mais enxergar aquela situação como uma coisa real, palpável. Hoje percebo que sou perito em idealizações, do natal a um passeio qualquer de domingo. Trabalho, faculdade, natais, anos-novos, ou qualquer outra coisa, sempre sai diferente daquilo criado durante a noite ou visto com o deslumbre de uma primeira vez. Me frustro não pelo fato de ter minha ideia desconstruída, mas sim pelo fato de saber que ela será certamente e fatalmente desconstruída, e mesmo assim ainda reter esperanças de que isso não aconteça.

Hoje amanheceu chovendo e a chuva me deixa melancólico. É véspera de natal. Eu só queria que passasse direto, que eu pudesse ligar o piloto automático, fazer com que esse dia fosse só uma lembrança, esquecida no fundo de um poço bem fundo em um lugar qualquer da memória. Um daqueles lugares onde qualquer pancadinha de nada apaga tudo. O fato é que hoje ninguém vai querer me deixar deitado na cama, onde eu posso escutar a chuva cair e dormir com os meus fantasmas. Papai Noel não existe, isso é certo.

13 dezembro 2007

conversa vazia