03 novembro 2006

Do canto azul da minha sala

Do canto azul da minha sala, posso ver as colheitadeiras derrubando os pés de felicidade. E ao facão, meus fantasmas terminam o serviço porco. Porco que dá o carne por comida, ingênuo e alienado, esperando a dia ceia. Como nós, que corremos aos trancos, prantos e barrancos, atrás de um pedaço de papel, ou bits a mais.

Do canto azul da minha sala, posso ver o corpo, que um dia foi vivo, hoje, morto. Um corpo que tinha alma, uma coisa que dizem nos definir, que dizem nos essenciar, mas na verdade serve apenas pra nos negar no memento de fé. Fé que move montanhas, carros, prédios, guerras e putas.

Seja o que for, será. Seja eu querendo, não querendo ou indiferindo. Agora, quero pedir licença. Vou voltar pro canto azul da minha sala.