15 fevereiro 2008

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À noite, fantasmas tomam de assalto os sonhos mais indefesos, aqueles cheios de pipoca e cinema. Atacam na estrada mais ensolarada, na curva à direita, onde não há escapatória. Mesmo correndo o máximo possível, por veredas secretas e campos ermos, hão de dar as caras no virar do rosto. Basta ver as mãos acariciando os cabelos, um beijo no peito e um abraço apertado pra desabar uma tonelada sobre as costas já machucadas. Uma visão irreal de dois outros que teima em se exibir a cada piscada, como uma cegueira fatal, da qual tenta-se fugir em vão. O insucesso das lágrimas derramadas, é sinal de que nem o pranto manso é capaz de desfazer algo tão doloroso. Que tragam os talos e presilhas, a fim de segurar as pálpebras já dormentes de evitar cair e ceder aos encantos do sono vil.