03 setembro 2006

Vento frio do leste

O mundo realmente dá voltas. Ciclos que guiam a linha da vida. Se colocar em uma posição contrária a que se estava antes é, de certa forma, uma experiência bastate enriquecedora. Muda o ponto de vista como uma moeda muda de faces, faz com que encaremos situações sob uma ótica totalmente diferente. E assim, podemos formar opiniões mais sólidas.

Do amor, duas faces distintas. Peço desculpas por antes, pelo passado. Um passado onde o meu amor era passageiro, sem rédeas. Devia ser livre para poder acontecer aqui ou acolá. Devia ser eterno equanto durasse sua 'efemeridade'. Hoje, desejo rédeas cravadas a pregos na estaca. Desejo a esternidade das estrelas. Quero contar aos ventos meu amor. Quero que eles sejam embaixadores da minha felicidade. Quero espalhar por todos os lados partes do meu coração inflado. Mas não posso. Há sempre uma brisa do leste que cruza o caminho e faz calar, regredir. Com uma agulha, vai e estoura o peito.

Às vezes penso se serei capaz de continuar enchendo e esvaziando meu peito assim. Se um dia ele não encher mais? O que causa mais medo é que um dia já fui uma brisa. Um dia já vim do leste e matei. Tenho sangue nas mãos. E amanhã ele pode ser meu.